Obama, o amigo de Israel

Nesta quarta-feira (4/6) o senador Barack Obama mostrou, a quem ainda o considerava o melhor candidato no que se refere à política externa dos Estados Unidos, que suas visões pouco diferem daquelas defendidas pelos neo-conservadores atualmente no poder. Significativamente, seu primeiro compromisso, neste primeiro dia após a vitória nas primárias democratas, foi um discurso na AIPAC – American Israel Public Affairs Comittee – a principal instituição pró-israelense nos Estados Unidos, e um dos mais fortes grupos de pressão do país, garantindo, há décadas, o apoio irrestrito de governos democratas ou republicanos ao Estado sionista.
Considerando-se um “verdadeiro amigo de Israel”, Obama reafirmou que as ligações entre EUA e Israel são “inquebrantáveis hoje, amanhã e sempre”. Disse que sempre compreendeu a “busca israelense pela paz e pela segurança”, e que “trará à Casa Branca um compromisso efetivo com a segurança de Israel” (como se isso não acontecesse há 60 anos). Para isso, propõe Obama, os Estados Unidos devem “assegurar a vantagem militar qualitativa israelense” e “assegurar que Israel possa se defender de qualquer ameaça, de Gaza a Teerã”. O candidato afirmou ainda que irá destinar 30 bilhões de dólares em ajuda militar a Israel.
Para suavizar seu discurso pró-sionista e mostrar-se um defensor da paz, Obama reforçou a necessidade da criação de um Estado palestino, oferecendo-se como mediador um novo processo de paz. As condições para este, porém, revelam a verdadeira face do candidato: “não haverá espaço nas negociações para as organizações terroristas” (na qual se encontra, obviamente, o Hamas); “os palestinos devem preservar a identidade de Israel como um Estado judaico, e Jerusalém permanecerá como a capital de Israel segura e indivisível” (o que inviabiliza qualquer negociação com os palestinos).
No discurso, Obama acusou ainda a Síria de estar buscando a construção de “armas de destruição em massa” (isso lembra algo?) e o Irã de ser “a maior ameaça a Israel ou à paz”, acusando o presidente Ahmadinejad de “ameaçar apagar Israel do mapa” (o que de fato ele nunca afirmou, ameaçando apenas a existência do regime sionista, e não do Estado israelense). E, para quem não tem dúvidas do caráter do candidato democrata, já deixou bem claro: “meu objetivo é eliminar essa ameaça”. Resta saber como.

4 comentários:

Anônimo disse...

Obama foi direto nos temas mais preocupantes à comunidade judáica, durante uma noite de gala na AIPAC (The American Israel Public Affairs Committee).Sobre o Iran: "O perigo vindo do Irã é grande, é real, e minha missão será de eliminar esta ameaça"," e acrescentou "que ira fazer tudo que estiver dentro do seu alcançe para impedir o Irã de obter armas nuclerares" e ainda acusou o Irã de seu o autor de seu isolamento internacional. Sobre o triunfo do povo judeu, apesas das perseguições e sua prosperidade ele registrou as seguintes palavras, "Os Judeus por todo o mundo, em face de constantes ameaças... tem triunfado, prosperado, e mantido vibrantes" Entretanto o tema mais aguardado era sobre a transferência da Embaixada EUA de Tel-Aviv-Yafo para Jerusalém em caso de sua vitória, conforme disse "Jerusalem deve permanecer como a indivisível capital de Israel."
Foram compromissos que serão cobrados muito próximo ao Salão Oval.
A capital de Eretz Israel é Jerusalém. Shaalu shalom Jerushalaim!!! 1 Sivan 5768
Jacob. C.

Anônimo disse...

Fiquei indignado com o discurso de Obama na AIPAC! Uma vergonha total! E eu, ingênuo, tinha esperança de que pudesse ser difernte, calcado no fato de ele ter votado contra a invasão do Iraque...
Até quando a perpetuação do proselitismo interesseiro da elite norte-americana continuará minando a opinião pública do mundo inteiro contra o Oriente Médio? Pelo visto, tensão e opressão continuarão sendo "palavras de ordem" cotidianas na região por longos anos.

Anônimo disse...

Ainda não está claro para mim se esta declaração do Obama é assim tão espontânea
como ele parece querer sujerir , ou se é uma "jogada"para garantir os apoios que até então só a sua rival tinha ,com seu discurso virulentamente agressivo em defesa de Israel.
Agora, que as forças que a tem apoiado devem ser incorporadas no apoio ao
candidato democrata, sobra muito pouco espaço para posições mais independentes e críticas à política externa dos EUA
É possível que ainda o vejamos voltar atrás em outras de suas declarações ,principalmente no que se refere ao Oriente Médio.
Esse discurso foi tão diferente de tudo o que ele dizia antes(sempre focando a necessidade de diálogo),
que parece até que foi escrito por outrem e lido por ele .
De qualquer modo , para mim, ele já não é mais confiável nem pelo discurso antigo nem pelo atual.Qual
será o Obama verdadeiro?
Mara

Anônimo disse...

Unanimidade
tanto Obama quanto MacCain comfirmam que a Embaixada dos EUA deve estar na capital de Israel, Jerusalém.
A resposta de John McCain na AIPAC foi imediata e questiona a retórica de Obama ser confiável ou prenchida com um conteúdo de "mudança", ou seja, com Obama tudo pode mudar inclusive os seus compromissos.
Shalom. 4 Sivan 5768